Algumas vezes é só um bebê a caminho. Mas em outras pode ser
indício de algo errado, físico ou psíquico. É a amenorréia, queixa comum nos
consultórios médicos. Estresse, síndrome dos ovários policísticos,
certos remédios, exercícios em excesso, obesidade e magreza exagerada estão
entres as causas.
Da adolescência à menopausa, a menstruação faz parte da vida de
toda mulher. É sinal de saúde na fase reprodutiva. Sua ocorrência é resultado
de um mecanismo complexo, cujo ciclo se repete. Mensalmente, o hipotálamo,
região cerebral que controla produção de hormônios do corpo, envia certas
mensagens à glândula hipófise, situada na base do cérebro. Entre os veículos de
mensagens está o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), produzido pelo
hipotálamo. O GnRH dá ordem à hipófise para produzir dois outros hormônios: o
folículo estimulante (FSH) e o luteinizante (LH).
O FSH estimula os ovários. Começa então a ocorrer o amadurecimento
dos folículos (células germinativas), que passam a produzir maior quantidade de
estrógenos. Enquanto isso, o LH aumenta e atinge seu pico em trono do 14º dia
do ciclo menstrual, provocando a ovulação.
No momento em que um óvulo maduro é liberado, a trompa o capta e
ele inicia sua viagem ruma ao útero. No caminho, se fertilizado por um
espermatozóide, transforma-se em célula ovo, e nessa condição segue seu destino
para o útero, onde se desenvolverá. Se o óvulo não for fertilizado, a produção
de estrógenos e progesterona diminui, e essa queda leva à menstruação. Ou seja,
hipotálamo, hipófise, ovários, útero e vagina, além das glândulas supra-renal e
tireóide, funcionam de maneira integrada. É preciso que estejam em equilíbrio
para a menstruação ocorrer. O mínimo desajuste em um deles é suficiente
para o “sangue não descer”.
Às vezes, claro , é a opção da mulher, como na gravidez ou durante
a utilização de anticoncepcionais de uso contínuo. Outras vezes, uma
necessidade para tratar doenças que melhoram com a interrupção do fluxo. Por
exemplo, cólicas menstruais muito fortes ou a síndrome da tensão pré-menstrual.
Afora isso, a ausência de menstruação no período reprodutivo é
sinal de alguma coisa errada, física ou psíquica. Mas atenção: na mulher que
menstrua normalmente, ausência do fluxo só deve preocupar quando for superior a
três ciclos consecutivos. Nesse caso, estamos diante do que chamamos de
amenorréia.
A síndrome dos ovários policísticos é a causa mais comum. Por
desequilíbrio do PSH e do LH, os folículos não amadurecem, e os óculos ficam
como que retidos nos ovários.. Além da amenorréia, pode provocar aumento
excessivo de pêlos (hirsutismo), obesidade, queda de cabelos, acne e
infertilidade. Na maioria dos casos , seu tratamento exige apenas remédios . A
amenorréia pode ter ainda outras origens: anormalidades anatômicas,
disfunções hormonais, dietas rigorosas, tumores, menopausa precoce, estresse,
exercícios em excesso, magreza exagerada, obesidade e certos medicamentos, em
especial os para vômito, alguns antidepressivos e tranqüilizantes. A propósito:
amenorréia é uma queixa cada vez mais comum nos consultórios, e os principais
culpados são o uso indiscriminado de antidepressivos e tranqüilizantes e o
padrão magríssimo de
beleza feminina.
Mas não se assuste. Há tratamentos para todas essas causas. Só é
preciso descobrir qual a responsável em cada paciente. A investigação
diagnóstica portanto, vai depender da história e da avaliação clínica que, por
sua vez, determinarão os exames complementares necessários entre eles:
USG Pélvica e Transvaginal.
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